sábado, 29 de maio de 2010

"... Você pode decidir sentir o que quiser, mas eu te amo e vou te amar para sempre. Mesmo que a gente nunca mais se veja, você já me trouxe de volta à vida, e isso é muita coisa."
(Elizabeth Gilbert - Comer, Rezar e Amar)

It only hurts when I´m breathing - Shania Twain
Tradução:

Espero que a vida tenha sido boa para você
desde que partiu
Eu vou bem agora – finalmente segui em frente
Não é tão ruim assim – Não estou tão triste

Não estou surpresa de como sobrevivi tão bem
Já superei o pior, e me sinto tão viva
Não posso reclamar – estou livre de novo

Refrão:
E só machuca quando eu estou respirando
Meu coração só se parte quando bate
Meus sonhos só morrem quando estou sonhando
Então, eu prendo minha respiração – pra esquecer

Não pense que estou por aí chorando à noite
Não há por que se preocupar, estou bem de verdade
Na verdade, eu nunca olhei pra trás

Refrão:

domingo, 23 de maio de 2010

"O porto seguro da minha mente é uma baía aberta, o único acesso à ilha do meu Eu (uma ilha jovem e vulcânica, sim, mas fértil e promissora). Essa ilha já passou por algumas guerras, é verdade, mas agora está comprometida c/ a paz, sob a batuta de um novo líder (eu) q instaurou novas poíticas p/ proteger o lugar. E agora - q a boa nova seja espalhada pelos sete mares - há nos autos leis muito, muito mais rígidas quanto a quem pode adentrar esse porto seguro.
Vc não pode mais vir aqui c/ seus pensamentos duros e abusivos, c/ seus navios de pensamentos assolados pela peste, c/ seus navios negreiros de pensamentos - todos eles serão rachaçados. Da mesma forma, quaisquer pensamentos cheios de exilados, zangados ou famintos, de descontentes e de panfleteiros, de amotinados e de assassinos violentos, de prostitutas desesperadas, de cafetões e de passageiros clandestinos - vcs tbém não podem mais vir aqui. Pensamentos canibais, por motivos óbvios não serão mais recebidos. Até mesmo os missionários serão cuidadosamente revistados p/ avaliar sua sinceridade. Este é um porto pacífico, entrada p/ uma ilha bonita e orgulhosa, q está apenas começando a cultivar a tranquilidade. Se vcs respeitarem essas novas leis, meus caros pensamentos, então serão bem vindos na minha mente - senão, eu os devolverei novamente ao mar de onde vieram. Essa é minha missão e ela nunca vai terminar".
(Trecho do livro Comer Rezar e Amar - Elizabeth Gilbert)

sábado, 22 de maio de 2010

Texto maravilhoso do livro: Comer Rezar Amar - Elizabeth Gilbert

"É impossível ver o próprio reflexo em águas movimentadas, isso só é possível em águas paradas".
..."comecei a pensar em quanto tempo da minha vida eu gasto me debatendo de um lado para o outro como um peixão procurando o ar ou desvencilhando-me de alguma preocupação desconfortável, ou então saltitando alegremente em direção de mais prazer ainda. E me perguntei se poderia ser útil para mim (e para aqueles que carregam o fardo de me amar) se eu conseguisse aprender a ficar parada e suportar um pouco mais, sem me deixar sempre arrastar pela estrada esburacada das circunstâncias".
"Na busca por Deus, vc se afasta do que te atrai e nada em direção aquilo que é difícil. Abandona seus hábitos reconfortantes e conhecidos com a esperança (e mera esperança) de que alguma coisa melhor lhe vai ser oferecida em troca daquilo de que você abriu mão".
"A fé é uma forma de dizer: 'Sim, aceito previamente a maneira como o universo funciona, e acredito previamente naquilo que hoje sou incapaz de entender. Fé é a crença naquilo que não se pode ver, prever ou tocar. Fé é mergulhar de cabeça e em velocidade total rumo à escuridão"
"A prece é um relacionamento: metade do trabalho é meu. Se eu quiser transformação, mas se quer for capaz de articular qual exatamente é o meu objetivo, como ela pode ocorrer? Metade do que se ganha com a prece está no próprio ato de pedir, de oferecer uma intenção claramente articulada e refletida. Se você não tiver isso, todas as suas súplicas e desejos não tem sustento, são desconjuntadas, inertes. Então eu agora paro todas as manhãs para buscar dentro de mim mesma a especificidade daquilo que estou realmente pedindo. Formular prece autentica - se não me sinto sincera, permaneço no chão até isso acontecer. O que funcionou ontém nem sempre funciona hoje.
Sinto que o destino também é um relacionamento - uma interação entre a graça divina e o esforço pessoal direcionado. Sobre metade dele vc não tem o menor controle; a outra metade está completamente nas suas mãos, e as suas ações terão consequencias perceptíveis. O homem não é marionete dos deuses, nem tampouco é o senhor do seu próprio destino; ele é um pouco de ambos. Galopamos pela vida como artistas de circo, equilibrados em 2 cavalos q correm lado a lado a toda velocidade com um pé sobre um cavalo chamado "destino" e o outro chamado "livre arbítrio". A pergunta que vc precisa fazer todos os dias é "qual cavalo é qual?" Com qual cavalo devo parar de me preocupar, por que ele não está sob meu controle, e qual deles preciso guiar com esforço concentrado? "
"Você precisa aprender a escolher seus pensamentos do mesmo jeito que escolhe as roupas que vai usar a cada dia. Se vc quisesse tanto assim controlar as coisas da sua vida, trabalhe com a sua mente. Ela é a única coisa que vc deveria estar tentando controlar. Reconhecer a existência dos pensamentos negativos, entender de onde vieram e por que apareceram e então - com grande capacidade de perdoar e com grande coragem - mandá-los embora.
Não vou mais abrigar pensamentos que não forem saudáveis".

sábado, 8 de maio de 2010

Depressão e Solidão

"Aproximam-se de mim , silenciosas e ameaçadoras como detetives particulares, e me cercam - a Depressão pela esquerda, a Solidão pela direita. Sequer precisam me mostrar seus distintivos. Eu as conheço muito bem. Há anos que temos brincado de gato e rato. Embora eu reconheça que estou surpresa por reencontrá-las neste elegante jardim italiano ao entardecer. Elas não combinam com este lugar.
Pergunto a elas: "Como vocês me encontraram aqui? Quem disse à vocês que eu tinha vindo para Roma?"
A Depressão sempre bancando a esperta diz: "Como assim, não está feliz em nos ver?"
"Vá embora", digo a ela.
A solidão, a mais sensíveldas duas diz: Desculpe, mas eu talvez precise seguir a senhora durante toda a sua viagem. É a minha missão"
"Eu preferia que você não fizesse isso", digo-lhe, e ela dá de ombros, quase pedindo desculpas, mas se aproximando ainda mais.
Então elas me revistaram. Esvaziaram meus bolsos de qualquer alegria que eu tivesse carregando aqui. A depressão chega a confiscar minha identidade; mas ela sempre faz isso. Então a Solidão começa a me interrogar , coisa que detesto porque sempre dura horas. Ela é educada, mas implacável, e sempre acaba me encurralando. Pergunta se eu acho que tenho algum motivo para estar feliz. Pergunta por que estou sozinha esta noite, outra vez. Pergunta (embora já tenhamos passado por esse mesmo interrogatórios vezes sem conta) por que não consigo manter um relacionamento, por que arruinei meu casamento, por que estraguei tudo com David, por que estraguei tudo com todos os homens que já tive. Pergunta-me onde eu estava na noite em que completei 30 anos, e por que as coisas azedaram tanto desde então. Pergunta por que não consigo me recuperar, e por que não estou nos Estados Unidos, morando em uma bela casa e criando belos filhos, como qualquer mulher respeitavel da minha idade deveria fazer. Pergunta por que, exatamente, eu acho que mereço umas férias em Roma, quando transformei minha vida em tamanho caos. Pergunta por que acho que fugir para a Itália como um estudante universitária vai me fazer feliz. Pergunta onde acho que vou estar quando ficar velha, se continuar vivendo assim.
Volto a pé para casa, esperando conseguir me livrar delas, mas elas continuaram a me seguir, essas duas capangas. A Depressão me segura firme pelo ombro e a Solidão me bombardeia com seu interrogatório. Sequer tenho forças para jantar; não quero que elas fiquem me espionando. Também não quero que subam as escadas até o meu apartamento, mas conheço a Depressão, e sei que ela carrega um cassetete, então não há como impedí-la de entrar, se ela decidir que quer fazer isso.
"Não é justo vocês virem aqui", digo à Depressão. "Já paguei vocês. Já cumpri a minha pena lá em Nova York".
Mas ela simplesmente me dá aquele sorriso sombrio, acomoda-se em minha cadeira preferida e acende um charuto, enchendo o aposento com sua fumaça desagradável. A Solidão olha aquela cena e dá um suspiro, em seguida deita-se na minha cama e se cobre com as cobertas, inteiramente vestida, de sapato e tudo. Estou sentindo que vai me obrigar a dormir com ela de novo esta noite".

Trecho do livro "Comer, rezar e amar", para ilustrar um momento de Solidão... hehehe